(HOMENAGEM PÓSTUMA
PRESTADA POR LICURGO NUNES QUARTO, QUANDO DA REALIZAÇÃO DA FESTA ANUAL DE
CONFRATERNIZAÇÃO DA FAMÍLIA DIÓGENES).
Pau dos Ferros, o Alto Oeste Potiguar e o Rio Grande do Norte
perderam, há poucos dias, um grande homem público, um excelente administrador,
um profissional liberal de primeira grandeza, além de um grande entusiasta e
grande incentivador e apoiador desta nossa festa de confraternização. E eu,
particularmente, perdi um tio, dos mais respeitados e queridos, bem como perdi
um amigo e um colega de profissão.
Refiro-me ao Dr. Pedro Diógenes Fernandes, um Diógenes, na
acepção da palavra, que possuía, que carregava consigo todos os caracteres peculiares
a um Diógenes autêntico, quais sejam a disposição para o trabalho, a lealdade,
a amizade, a solidariedade e a firmeza nos propósitos, legados estes herdados
do casal precursor, os seus pais, Lafayete Diógenes Maia e Alzira Fernandes
Diógenes.
Aluno destacado do Centenário e legendário “Grupo Escolar Joaquim
Correia”, aonde já chegou alfabetizado, - “sabendo ler e escrever e fazendo as
quatro operações matemáticas” ( Maria Luzinete de Lima, em “Doutor Pedro Diógenes
Fernandes: sua influência na história e na cultura do alto oeste Potiguar”, pag.
75 ) pois teve o privilégio de ter em casa uma professora diplomada, a sua mãe
Alzira Diógenes.
Neste estabelecimento de ensino primário, foi aluno do Professor
Manoel Jácome de Lima, o Professor Dubas, que viria a se tornar uma das maiores
referências do ensino no nosso Rio Grande do Norte, bem como o grande
pesquisador da história de Pau dos Ferros. Seguiu, então, o adolescente Pedro Diógenes
para Mossoró, quando estudou no não menos legendário e centenário Ginásio
Diocesano Santa Luzia, para cursar o ginasial e daí para Natal onde cursou o
científico no Colégio Estadual do Atheneu Norteriograndense.
Com determinação e o firme propósito de fazer o curso superior
de odontologia, fixou residência em Recife. Concluindo o curso superior de Odontologia
na Faculdade de Medicina e Odontologia do Recife, e declinando do honroso convite
para lecionar a disciplina de Cirurgia na referida faculdade, optou em voltar a
Pau dos Ferros, às suas origens, ao seu torrão natal, ao seu nascedouro, num
sentimento atávico de servir à sua terra e à sua gente, numa espécie de retribuição
à terra que lhe dera o berço, tornando-se o primeiro pauferrense com nível
superior em odontologia a exercer o mister da profissão na sua Cidade. E o fez
de maneira digna, honrosa e ética.
Dizia sempre que “aquele que não é capaz de servir à sua terra,
à sua gente, não seria capaz de trabalhar ou de servir à terra de ninguém”.
Em todas as atividades que lhe foram confiadas, bem como em todas
as funções que lhe foram outorgadas, Pedro Diógenes se houve de maneira brilhante,
exercendo-as de modo a que lhe fossem atribuídos grandes méritos. Trabalhador
incansável, fez da labuta diária uma constante em sua vida.
Trabalhou em todos os serviços públicos de saúde de Pau dos Ferros
e cidades circunvizinhas. Desde hospitais, postos de saúde a sindicatos e associações
beneficentes.
Tesoureiro geral da Prefeitura Municipal de Pau dos Ferros,
na administração do Prefeito Licurgo Nunes, inovou a maneira de cobrar os
tributos municipais, tornando-se um tesoureiro vigilante, brioso e responsável
com o erário público.
Professor de matemática e ciências, e diretor de vários estabelecimentos
de ensino, durante três décadas, contribuiu em muito para a formação cultural e
intelectual de algumas gerações de pauferrenses.
Qualquer empreendimento que se planejasse ou que se iniciava em
Pau dos Ferros – quer na fundação de clubes de serviços – como Clube Centenário
Pauferrense (CCP) ou Lions Clube - como na formação de alguma comissão que visasse
a criação de qualquer sociedade beneficente ou sindicato, ter-se-ia que incluir
o Dr. Pedro Diógenes na sua formação. E tê-lo era a certeza de sucesso na empreitada,
pois o Dr. Pedro Diógenes era sinônimo de organização, de responsabilidade e,
acima de tudo, de “dar conta do recado” em qualquer missão que lhe fosse confiada.
Eleito Prefeito Municipal de Pau dos Ferros, realizou uma
administração eficiente, moderna, diligente, com grandes realizações e obras
que se sobressaem ainda nos dias atuais. Muito honesto e cioso das suas responsabilidades,
fez da sua administração, frente à Prefeitura, um laboratório de como ser um grande
gestor das finanças e dos bens públicos, coisa rara, aliás, nos dias atuais.
Esposo dedicado e amoroso, teve na Professora Maria do Carmo
Freire Diógenes sua companheira, esposa e amiga de todas as horas, numa feliz
união que perdurou por 55 anos. A Professora Maria do Carmo foi uma grande
baluarte e auxiliar do Dr. Pedro Diógenes na árdua e difícil tarefa de
administrar o lar e criar os filhos, corroborando com o preceito que diz que
“ao lado de um grande homem existe sempre uma extraordinária mulher”.
O exemplo que ele deixa de homem probo, íntegro, honesto e
trabalhador é um lenitivo, um conforto, não somente para a Professora Maria do
Carmo, sua dedicada esposa, que está a prantear a sua partida, mas é,
sobretudo, um legado aos seus irmãos Luiz Gonzaga Diógenes, José Diógenes Sobrinho,
Antonio Diógenes Fernandes e Francisco Sebastião Diógenes (tio Chiquinho, o
caçula) remanescentes da prole de dez filhos do casal Lafayete Diógenes
Maia/Alzira Fernandes Diógenes, cuja prole era ainda composta por Cristina
(minha mãe, de saudosa memória), Aldair (carinhosamente chamado por todos os
sobrinhos de tio Dadá) , Maria Alzir (a nossa tia Zizi, mulher dinâmica e
avançada no seu tempo), Napoleão (Pipiu, o grande Pipiu da “doce Arani” ),
Fernando (tio Nanando – o Aragão), bem como aos seus filhos Lucia de Fátima Freire
Diógenes, Pedro Diógenes Júnior (in memorian) e seus filhos, Maria Carmem Freire
Diógenes Rego, Ângela Cristina Freire Diógenes Rego, José Otávio Freire
Diógenes e Francisco Lafayete Freire Diógenes.
Que Deus, na sua infinita bondade, e Nossa Senhora da Conceição,
Padroeira de todos nós pauferrense nos dêem, a todos, a devida conformação pela
sua partida, bem como a certeza de que para o Dr. Pedro Diógenes Fernandes há
um lugar reservado no reino dos céus.
Esta é, pois, caros parentes e amigos, a homenagem que presto
ao Dr. Pedro Diógenes, meu tio, amigo e colega Dentista - repito - e peço a todos
os presentes a esta confraternização que, cada um a seu modo, e à sua maneira,
em um momento de introspecção, elevem as mentes aos céus em sua memória.
Muito obrigado.
Pau dos Ferros, RN, em 18 de julho de 2009.
Licurgo Nunes Quarto - Cirurgião Dentista